TEATRO
Auto da Barca do Inferno
de Gil Vicente
No passado dia 13 de março, as turmas do 9.º ano assistiram a uma representação intemporal e criativa da obra Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Foi uma manhã de motivação e incentivo à vertente cultural dos nossos alunos! Deixamos um agradecimento especial à companhia Teatro Actus, pela excelente performance e cuidada adaptação do texto original à realidade contemporânea.
SINOPSE
O tempo, no teatro, foge ao seu sentido arqueológico. O tempo que Gil Vicente põe em marcha com o “Auto da Barca do Inferno” não pertence apenas ao século XVI, mas atravessa todas as épocas. Acreditamos que, ainda hoje, aqueles dois juízes, aqueles “pescadores de almas”, Anjo e Diabo, estarão à nossa espera para nos apontar defeitos e virtudes, erros e boas ações.
Nesta encenação, procurámos realçar a diferença entre os papéis ativo e passivo do Diabo e do Anjo, conferindo ao primeiro a imagem de um andrógino mestre-de-cerimónias, pronto a receber na sua Barca uma variedade de convidados, e ao segundo a quietude de um ser que espera poucos visitantes, imperturbável como uma borboleta num casulo. As personagens são apresentadas com trajes atuais, de forma a diminuir o distanciamento provocado pelo linguajar vicentino e a facilitar a identificação com o espetador. Os adereços de cada personagem farão parte de jogos cénicos que visam proporcionar uma melhor compreensão do sentido do texto. O exagero nas dimensões de alguns adereços, a deturpação da função que lhes é atribuída, tudo servirá para elucidar as intenções do autor e sublinhar as suas críticas sociais. O Parvo veste uma roupa demasiado grande, quase uma camisa de forças; o Onzeneiro carrega um bolsão gigante; a corda do Enforcado é do tamanho do palco.
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